Conheça os 10 países onde cristãos são mais perseguidos por causa da fé em Jesus
Coréia do Norte
A Coreia do Norte permanece um local extremamente hostil para os cristãos viverem. Se descobertos pelas autoridades, cristãos são enviados para campos de trabalho forçado como prisioneiros políticos, onde as condições são cruéis, ou mortos no local — a família deles compartilhará do mesmo destino. Cristãos não têm absolutamente nenhuma liberdade.
É quase impossível para cristãos se reunirem ou se encontrarem para cultuar. Aqueles que arriscam se encontrar devem fazer isso em sigilo absoluto — e sob enorme risco. Uma nova “lei do pensamento antirreacionário” torna amplamente claro que ser cristão ou possuir uma Bíblia é um crime sério e será severamente punido.
O motivo para tal perseguição extrema é que o cristianismo é visto como uma ameaça específica à ideologia ditatorial e ao regime do país. Cristãos são vistos como inimigos da liderança governamental e da sociedade no geral.
Somália
A Somália é uma nação de maioria muçulmana, e a sociedade espera que todos os somalis sejam muçulmanos. Os imãs (líderes muçulmanos) nas mesquitas e madraças declaram publicamente que não há espaço para o cristianismo, os cristãos ou as igrejas. O violento grupo insurgente Al-Shabaab tem expressado repetidamente seu desejo de erradicar os cristãos do país. Cristãos de origem muçulmana são considerados alvos valiosos e podem ser mortos se descobertos.
Cristãos também enfrentam perseguição da família e da comunidade. Deixar o islamismo é considerado traição pela família e pelo clã, e membros da família e líderes do clã perseguirão, intimidarão e até mesmo matarão convertidos somalis. Qualquer um que seja suspeito de ter se convertido ao cristianismo é monitorado de perto pelos anciãos da comunidade, e até mesmo pelos membros de sua própria família. A “vida da igreja” simplesmente não é possível, então os poucos cristãos devem se encontrar em segredo. Militantes islâmicos intensificaram sua busca por cristãos que possuem uma posição de liderança.
Iêmen
É extremamente perigoso ser cristão no Iêmen, devido às rígidas leis islâmicas do país e à presença de grupos militantes islâmicos.
A população é esmagadoramente muçulmana e é ilegal se converter do islamismo para o cristianismo. O Iêmen é fortemente tribal e leis tribais proíbem membros da tribo de partir. Iemenitas que se convertem ao cristianismo correm grandes riscos de serem não apenas isolados ou expulsos pela família, clã e tribo, mas também mortos.
Grupos extremistas islâmicos, como a Al-Qaeda e o autoproclamado Estado Islâmico, ameaçam os considerados “apóstatas” de morte se não voltarem ao islamismo. Em algumas áreas, incluindo as controladas pelos houthis, convertidos correm risco de prisão. Segundo relatos, em centros de detenção, cristãos detidos sofrem tortura física e mental.
A maioria dos cristãos de origem muçulmana escolhem praticar a fé secretamente. Eles não podem se reunir, por causa do aumento do medo de que vizinhos os denunciarão às autoridades locais. Mostrar símbolos cristãos pode levar diretamente a prisão, abuso físico ou mesmo execução.
Eritreia
Cristãos na Eritreia continuam enfrentando perseguição extrema, o que torna o país um dos lugares mais difíceis do mundo para seguir a Jesus.
Há 20 anos, a Eritreia reconhece apenas três denominações cristãs oficiais: ortodoxa, católica e luterana, e monitora de perto essas igrejas. Ao longo dos anos, forças de segurança do governo realizaram centenas de invasões de casa em casa para pegar outros cristãos. Acredita-se que existam cerca de mil cristãos detidos em prisões eritreias, não acusados oficialmente. Alguns líderes de igrejas “não oficiais” estiveram presos em condições terríveis por mais de uma década, incluindo confinamento solitário em celas minúsculas.
As autoridades mantêm um estigma contra cristãos e encorajam vizinhos a espiar e denunciar uns aos outros. Aqueles que se tornaram cristãos de origem muçulmana, ou que saíram da Igreja Ortodoxa Eritreia para uma igreja não tradicional, enfrentam pressão extrema e perseguição da própria família e comunidade.
Homens e mulheres cristãos e crianças de apenas 14 anos estão sendo recrutados para as forças armadas para lutar no conflito no Tigré. Não há limite de tempo no serviço militar e a Eritreia não permite objeção de consciência. Na verdade, muitas vezes, quando prisioneiros cristãos são libertos, ao invés de irem para casa, são enviados para o serviço militar.
O nível muito alto de violência e perseguição sancionada pelo Estado contra cristãos força alguns a fugirem do país. Mas apesar de tudo isso, a igreja está crescendo, visto que os cristãos mostram coragem e alegria extremas e aceitam o risco de serem presos por Jesus.
Líbia
A Líbia é efetivamente uma terra sem lei onde tanto cristãos nativos quanto aqueles que estão de passagem vindos de outros países enfrentam violência extrema. Sem nenhum governo central para manter a lei e a ordem, grupos militantes extremistas islâmicos e grupos do crime organizado exercem o poder. Eles fazem cristãos de alvo e os sequestram, alguns chegam a ser mortos.
Se um líbio de origem muçulmana se tornar cristão, provavelmente enfrentará pressão e abuso da família e da comunidade para fazê-lo renunciar à fé, ou será morto. Cristãos que publicamente expressam a fé e tentam compartilhar o evangelho com outros provavelmente enfrentarão prisão ou retaliação de grupos extremistas.
Um grande número de refugiados da África Subsaariana passa pela Líbia em uma tentativa de chegar à Europa. Muitos deles são cristãos, e seu tempo lá é altamente perigoso. Eles enfrentam assédio e ameaças de grupos extremistas islâmicos e podem ser sequestrados e usados para trabalho escravo por grupos do crime organizado. Alguns são colocados diretamente nas mãos de gangues do tráfico humano.
Nigéria
Os cristãos na Nigéria enfrentam perseguição de uma agenda organizada de islamização forçada, que é mais predominante no Norte do país e tem gradualmente se espalhado para o Sul.
Desde que os estados do Norte declararam lealdade à sharia (conjunto de leis islâmicas) em 1999, essa islamização forçada ganhou força, por meios violentos e não violentos. Ataques de grupos militantes islâmicos têm aumentado consistentemente desde 2015. O governo falhou em impedir o aumento da violência, que afeta todos os nigerianos, mas principalmente os cristãos.
A violência é mais abrangente no Norte, onde grupos militantes, como o Boko Haram, Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês) e os militantes fulanis, provocam mortes, danos físicos, sequestros e violência sexual em suas vítimas. Cristãos perdem suas terras e suas formas de sobrevivência. Muitos vivem como deslocados internos ou refugiados.
Nos estados onde vigora a sharia, no Norte da Nigéria, cristãos enfrentam discriminação e exclusão como cidadãos de segunda classe. Cristãos de origem muçulmana também enfrentam rejeição dos próprios familiares, pressão para desistirem do cristianismo e muitas vezes violência física.
Paquistão
Cristãos no Paquistão são considerados cidadãos de segunda classe e enfrentam discriminação em cada aspecto da vida. Empregos que são vistos como baixos, sujos ou degradantes são reservados para os cristãos pelas autoridades, que continuam os levando para as margens da sociedade. Eles não possuem uma representação própria na política e, embora não tenha havido grandes ataques contra igrejas no último ano, há ataques quase que constantes contra indivíduos. Muitos deles não se sentem seguros para cultuar livremente.
As notórias leis de blasfêmia do Paquistão têm como alvo minorias religiosas (incluindo minorias muçulmanas), mas afetam a minoria cristã em particular — aproximadamente um quarto de todas as acusações de blasfêmia visam cristãos, que são apenas 1,8% da população. O número de casos de blasfêmia está aumentando, como também o número de meninas cristãs (e de outras religiões minoritárias) sequestradas, abusadas e forçadas a se converterem ao islamismo.
Além da hostilidade social, os cristãos também experimentam apatia das autoridades que deveriam protegê-los. A força policial está mais interessada em acalmar poderosos locais do que em implementar a lei e proteger as minorias. Tribunais tiveram um recorde ligeiramente melhor em fazer cumprir a lei de forma justa, mas grandes atrasos são algo comum. Cristãos muitas vezes definham na prisão por anos antes do veredito ser proferido, e então é tarde demais para trazer alguma mudança.
A comunidade cristã se sente presa entre os grupos extremistas islâmicos que atuam no país e um governo que apazigua esses grupos. Os cristãos se sentem vulneráveis sem uma autoridade de confiança para proteger seus direitos.
Irã
O Irã é governado por um regime islâmico cada vez mais rígido, que vê a existência de igrejas domésticas no país como uma tentativa dos países ocidentais de minar o islamismo e sua autoridade.
Quando pessoas de origem muçulmana se tornam cristãs, elas só podem se reunir em igrejas domésticas secretas. Elas correm grande risco de serem monitoradas, assediadas, presas e condenadas por “crimes contra a segurança nacional” — uma acusação que é mal definida, e pode ser usada de forma abusiva. Membros e líderes de igrejas domésticas receberam longas sentenças de prisão envolvendo abuso mental e físico.
Cristãos iranianos podem ser banidos da educação, perder seus empregos e ter dificuldade para voltar ao trabalho. Para mulheres, a situação é ainda mais precária porque a lei iraniana concede poucos direitos elas. Por crerem em Jesus, elas provavelmente serão punidas de forma violenta ou divorciadas dos maridos e terão os filhos tomados delas se a fé for descoberta.
Os cristãos assírios e armênios têm uma presença antiga no Irã; eles são protegidos pelo Estado, mas tratados como cidadãos de segunda classe. Eles não têm permissão para deixar cristãos de origem muçulmana participarem dos cultos, nem permitir que cultuem em persa, a língua nacional.
Não é surpresa que muitos cristãos iranianos se sentem forçados a deixar o Irã e começar uma nova vida em outro lugar.
Afeganistão
A tomada do poder pelo Talibã em agosto de 2021 forçou a maioria dos cristãos a se esconder ou a fugir do país. Muitos (se não todos) grupos domésticos fecharam, com cristãos forçados a deixar tudo que possuíam para trás. Mais de um ano após a tomada do Talibã, qualquer promessa que fizeram sobre reconhecer liberdades se provou totalmente falsa. Seguir a Jesus permanece uma sentença de morte para os que forem descobertos.
A rígida forma de sociedade imposta pelo grupo militante não deixa espaço para divergência, o que significa que cristãos — dos quais quase todos são convertidos do islamismo — devem manter a fé em segredo. Deixar o islamismo é considerado vergonhoso e punível de morte sob a vigência da lei islâmica. Consequentemente, cristãos de origem muçulmana enfrentam consequências violentas e extremas se a nova fé é descoberta, ainda mais se for descoberta por membros da família, que devem limpar sua “honra” se livrando deles.
Milhares de refugiados afegãos agora vivem em países que fazem fronteira com o Afeganistão, muitas vezes em condições ruins nos acampamentos de refugiados, e muitos cristãos estão entre eles.
Sudão
A perseguição aos cristãos permanece em um alto nível no Sudão, e há temores de que isso piore diante da contínua agitação.
Após Omar al-Bashir ser deposto em abril de 2019, o governo transicional do Sudão introduziu mudanças interessantes para que o quadro legal garanta os direitos humanos básicos para todos os sudaneses, não importando etnia, gênero ou religião. Entretanto, protestos em massa levaram à renúncia do primeiro-ministro Abdallah Hamdok em janeiro de 2022, e há temores de que o Sudão retorne aos anos autoritários do antigo presidente. Isso pode desfazer os passos positivos realizados quanto à liberdade religiosa sob o governo de transição. Embora a pena de morte por deixar o islamismo tenha sido abolida, há receio de que essa punição seja restabelecida.
Atitudes sociais com relação aos cristãos não mudaram. Isso é especialmente o caso em áreas fora da capital, Cartum. Cristãos ainda estão vulneráveis a perseguição extrema por parte da comunidade e da própria família, principalmente se tiverem se convertido do islamismo. Convertidos podem enfrentar agressão sexual e violência doméstica em suas casas, bem como estar vulneráveis a prisão e violência. O governo não disponibiliza proteção real para cristãos e outras minorias religiosas. Desde o golpe militar, quatro igrejas foram forçadas a fechar e, mesmo com a mudança no status oficial, igrejas e terras confiscadas ainda não foram devolvidas para os donos cristãos. Tentar construir novas igrejas ainda é extremamente difícil.